A segunda noite de mostras na Antiga Igreja
Matriz, em Dois Irmãos foi tão espetacular quanto a primeira. Três grupos trouxeram
seus trabalhos para compartilhar com a comunidade: Os Espertalhões, Sem Noção e
Ploft! A qualidade dos trabalhos apresentados e a
energia positiva dos grupos foi o grande destaque da noite.
O primeiro grupo a apresentar foi Os Espertalhões. Esse grupo é um dos
mais queridos do projeto. Unido, alegre e divertido, composto por alunos com
uma média de 10 a 12 anos, um mais querido que o outro. O grupo tem dedicação e
afinco, o que refletiu automaticamente na apresentação do imaginativo No Recreio, espetáculo que o grupo
montou nesse ano.
No Recreio conta a
história de Clara, uma menina que tem seu amigo imaginário seqüestrado por uma
bruxa que deseja roubar sua imaginação. A trama é repleta de elementos
fantásticos que fazem alusão à imaginação dos amigos de Clara, que se unem a
ela na procura por Zequinha, seu amigo imaginário. O grupo é tão coeso que se
torna difícil destacar alguém. Porém a naturalidade, a espontaneidade e a
comicidade com que o pequeno Rafael Lielienthal interpretou seus personagens
merece ser citado como um exemplo de bom teatro.
O segundo grupo, o Sem Noção, foi extremamente feliz em sua estréia. O grupo, composto
em sua maioria por alunos que estão no projeto já há três anos, apresentou a
montagem Precioso Conceito e pescou o
público do início ao fim da apresentação com sua história. A peça mostra a
trajetória de Maria, que sofre com o preconceito de uma sociedade que não
aceita os diferentes. Porém um dia, o destino inverte a situação de Maria e ela
terá de ser aceita por todos que até então sempre a renegaram. A montagem parte
do Bullyng para os diferentes tipos de preconceito.
A visualidade dessa montagem foi muito privilegiada
através do figurino, que é simples e muito bonito. A cena da transição de
tempo, na qual a personagem principal (Maria/ Tortinha) cresce arrancou expressões
de espanto do público. Mas o maior destaque desse grupo está na interpretação
da pequena Glenda Loebens. Cada vez mais tenho a certeza que uma boa
interpretação está ligada a um dedicado e esforçado trabalho nos ensaios, por
isso é correto afirmar que “o produto está totalmente ligado ao processo”. A pequena
Glenda se esforçou muito durante o processo de ensaios e o resultado só podia
ser esse: uma representação espetacular.
Para fechar a noite e a mostra de Dois Irmãos
o Grupo Ploft! Trouxe à cena a sua
nova versão da montagem Ficar ou não Eis
a questão! A peça, que já tinha sido apresentada pelo grupo no ano anterior
foi totalmente modificada sem receber nenhuma alteração. Parece contraditório,
mas pode ser explicado: o texto, em si, não recebeu nenhuma alteração. Os
atores, porém, modificaram-se, pois o grupo se transformou de um ano para o
outro e os atores que ficaram optaram em se aventurar em novos personagens.
Através da história de amor de Mari e Vado,
duas pesquisadoras analisam a paixão na adolescência. Elas avaliam toda a
trajetória desse casal para concluir como são as relações amorosas hoje em dia.
O grupo entrou com uma energia incrível, e mandou muito bem. A segurança com
que o Grupo Ploft! representou sua
história merece ser destacada. Outro destaque foi a interpretação do jovem
Eduardo Silva como Vado, que cresceu e ganhou consistência durante o processo e
teve seu ápice nessa apresentação.
A segunda noite de mostras em Dois Irmãos foi
muito boa. Os coletivos conseguiram produzir um bom trabalho de grupo, que
reverberou num ótimo trabalho artístico. Tenho certeza que essas apresentações estarão
presentes como ótimas lembranças nos nossos alunos/atores e esse processo
desenvolvido durante o ano irá refletir nas demais atividades deles, pois além
de um belo produto, construímos conhecimento através das experiências do
processo, que foi muito rico.
Quem quiser ver
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